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10/11/2018   /   Dra Carla Carioni /   Constelação Familiar

As três fases da Constelação Familiar

Podemos separar o trabalho de Constelação em três fases distintas, que podem ser transpostas de forma mais suave se estivermos preparados para elas. Vamos falar um pouco mais sobre o assunto?

O trabalho de Constelação familiar pode ser separado em três fases que podem tornar o processo, antes e depois, mais proveitoso. Quem já passou por isso conhece muito bem: tem a preparação, que vem antes da constelação, a entrega, durante o processo, e o despertar, que é o que nos acontece depois do tema ser trabalhado.

Vou falar um pouco sobre cada uma dessas etapas, que são fases de um mesmo processo, abaixo:

* Preparação - Quando trazemos um tema a ser trabalhado, geralmente já passamos por uma fase de auto avaliação, do reconhecimento do que está nos prejudicando, para que seja necessário colocar uma luz sobre isso. A preparação, muitas vezes, acontece sem que estejamos atentos a isso. Mesmo assistindo a constelações, como representantes, podemos ter o desejo de ver algo em nosso sistema: observar outros sistemas desperta o que devo olhar e curar no meu. Nossa mente e nossa energia passam a transitar em torno do tema, muitas vezes causando ansiedade, curiosidade e até medo. É preciso, nessa etapa, tentar relaxar, observar e identificar qual o melhor tema para o momento. O que lhe incomoda sobre o assunto? Que respostas você espera receber? Que problema penso que pode ser solucionado através da Constelação? O que de você está colocado nessa antecipação do trabalho. Engana-se quem pensa que a Constelação começa somente no dia agendado. Nosso microuniverso já se antecipa, preparando nossos campos mental, emocional e energético para receber as informações.

Agendar uma data com tema definido e anunciado faz com que todas as pessoas envolvidas se conectem com seus sistemas, que são parecidos e, inconscientemente, sintam-se chamadas a participar. Pode-se dizer que uma Constelação está pronta para acontecer quando tem inscritos suficientes para serem representantes. Por isso deixamos, no site, por exemplo, as datas e os temas das próximas Constelações. Isso gera identificação e conecta as pessoas que precisam trabalhar aquele tema específico. É quando o campo diz “sim, você está pronto a constelar, pois gerou um movimento, uma ação”.

* Entrega – No dia agendado, durante a Constelação, é a hora de nos entregarmos ao tema proposto. Mesmo que você não tenha ideia do que irá encontrar, colocar-se à disposição muda tudo, faz com que os campos se abram mais facilmente e que informações preciosas venham à tona. Estar a serviço de todos e ao que seja mais importante desemaranhar, faz com que todo o sistema ganhe força. Cada Constelação é especial e carrega em si um emaranhado de situações vividas por gerações, que surgem para dar luz ao tema proposto, mostrando nós e cortes que precisam ser revistos para que a energia volte a fluir livremente. Estar disposto, entregar-se, faz com que essas informações sejam melhor recebidas, sejam acolhidas e que o trabalho possa ser realizado com amorosidade e conexão. Durante a sessão, são trazidos à tona elementos que foram excluídos, dizemos que o que deseja ser visto aparece, e mesmo aquele que aguarda as informações pode ser surpreendido e, mesmo que tenha consciência do que está vivenciando, é levado a sair da sua zona de conforto e isso nem sempre é visto como algo bom. Por isso, algumas pessoas saem de uma Constelação se sentindo estranhas, um trabalho de Constelação pode provocar reações emocionais e até físicas, em todos os participantes.

* Despertar – Ninguém sai incólume de uma Constelação. Não apenas o constelado, mas todos os que fazem parte do trabalho são tocados, de alguma forma. Isso porque as informações que aparecem em uma Constelação podem ser muito mais comuns do que imaginamos, e tocar profundamente outros corações, que também estão dispostos a despertar, conectar as pessoas ao que é preciso trabalhar em seu próprio sistema: incluir, ser visto, aceitar, repetições entre outros processos. Depois de constelar, é preciso acolher a constelação e tudo que foi revelado no campo e aguardar que essas informações se assentem em nós, mudando, posteriormente, nosso comportamento e nossas atitudes, pois passamos a olhar o que aconteceu no passado com mais respeito e amor. Muitas pessoas não conseguem reagir dessa forma em um primeiro momento, dependendo do grau de intensidade emocional que foi gerado. Por isso, o despertar leva tempo, o tempo necessário a cada um. Por isso, é preciso cuidado, respeito e espera. Às vezes, depois de passado algum tempo, é que as informações começam a fazer sentido e as soluções começam a ser colocadas em práticas, as mudanças acontecem e tem-se o desemaranhar do sistema familiar.

Constelar é um processo delicado e que nos toca profundamente, dependendo de como permitimos que seja feito. Acolher a dor, olhar com amor tudo que foi e tentar não antecipar soluções, observar o tema que foi proposto com amorosidade e permitir que o tempo aja, transformando sentimentos e reorganizando os processos sistêmicos mentais e emocionais é fundamental. Do contrário, poderemos impedir que a cura aconteça, agindo com ansiedade e displicência, não permitindo a mudança, nem em nós e, muito menos, em nosso sistema familiar.


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