Imagem da postagem: Constelações familiares e a lei do pertencimento
15/05/2019   /   Drª Carla Carioni /   Constelação Familiar

Constelações familiares e a lei do pertencimento

Quando todas as lacunas são preenchidas e aceitamos tudo que pertence ao nosso sistema, permitindo que aquilo que existe também se sinta no lugar que lhe pertence, começamos a desatar os nós que nos impedem de sermos realmente felizes.

Nós somos seres sociais. Por isso mesmo, nascemos com um desejo profundo de pertencer ao grupo social do qual fazemos parte. Ser aceito, reconhecido e respeitado é primordial para nossa saúde emocional e, consequentemente, para a saúde das nossas relações. Como falei no artigo anterior (link), com a lei do pertencimento, as lacunas são preenchidas, todos são nominados e recebem o lugar que lhes é de direito. Esse simples ato, de aceitação do pertencimento ou da pertinência, pode modificar nossas vidas de uma forma fabulosa.

Aquele que tem seu lugar e foi esquecido ou renegado jamais deixa de fazer parte do sistema. Imagine, então, que exista rancor ou mágoa conectado a essa ausência – esse sentimento estará intimamente ligado ao emaranhado energético do sistema, permeando pensamentos, ações e relações, de uma forma silenciosa e inconsciente. Mas que fará toda a diferença, como crenças que nos limitam sem que tenhamos consciência disso. A falta de pertencimento impede que a energia e o amor circulem livremente pelo sistema e que todos tomem sua parte nele. 

Mas quem pertence ao meu sistema?

São parte de nosso sistema todos os familiares de até 21 gerações ou mais, dependendo da importância que tiveram, os natimortos, os abortados, os que morreram em tenra idade, os que foram renegados, esquecidos ou cortados do círculo familiar. Também fazem parte os relacionamentos anteriores dos atuais, mesmo de pais, avós e outros, seja um casamento, um relacionamento forme ou mesmo que tenha sido breve, porém intenso. As emoções geram laços emocionais e energéticos!

Também são parte do nosso sistema pessoas, mesmo não familiares, que tenham causado, por bem ou por mal, algum impacto profundo em pessoas de dentro do sistema. Estão enquadrados nesse item pessoas que causaram mal ou prejuízo, como um assaltante ou um assassino, por exemplo, e as que foram impactadas negativamente por membros do nosso sistema, ou seja, alguém assassinado ou que tenha sido extremamente magoado. A partir desse momento, ele também é parte da mesma energia que nos circunda, precisa ser nomeado e aceito para que as engrenagens rodem de forma saudável e satisfatória.

Tudo caminha para o equilíbrio

As leis sistêmicas ou leis do amor estão interligadas. Quando alguém é excluído ou não incluído no sistema, existe desequilíbrio. Muitas vezes, uma situação específica é vivenciada por um membro da família, mesmo em gerações depois, mesmo sem que haja conhecimento ou afinidade com a pessoa com quem realmente o fato, no caso, a exclusão, por exemplo, aconteceu.

Por isso, é preciso percorrer as linhagens e histórias de vida, abrindo-se para receber aqueles que vieram antes e nomear todos que pertencem. Esse movimento é fundamental para que haja, futuramente, equilíbrio. Para que cada um possa viver a sua história, autoral, sem precisar vivenciar situações de outros membros, movidas pela exclusão ou pela falta de reconhecimento.


Tags:  
Compartilhe:  
WhatsApp WhatsApp