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10/07/2019   /   Drª Carla Carioni /   Constelação Familiar

Constelações familiares e a Lei do Equilíbrio

Não existe amor verdadeiro sem equilíbrio. Bert Hellinger organizou muito bem esse pressuposto em suas Leis de Amor. Já falamos aqui sobre Pertencimento (link) e Hierarquia. Agora, é a vez do equilíbrio, ele que permite que exista futuro para as relações.

Quem acredita que o equilíbrio nas relações aconteça naturalmente pode ser tomado de susto ao verificar o quanto nós precisamos nos conscientizar e nos reeducar para garantir que tenhamos relacionamentos familiares saudáveis e, portanto, vidas completas e abundantes. Garantir o equilíbrio entre o dar e o receber parte do pressuposto de curar nossas crenças limitantes e as emoções que foram criadas de forma traumática, ou que, pelo emaranhado do sistema, permanecem de forma inconsciente através das gerações.

Depois de observar nosso sistema familiar e de entender quem faz parte dele e qual a hierarquia que precisa ser respeita, é hora de encontrar o equilíbrio das relações. Na lei do equilíbrio, falamos sobre o dar e o receber. Em qualquer convivência, quem dá mais e recebe menos acaba sendo magoado. Quem recebe muito e dá pouco acaba se sentindo em dívida.

Sabemos que essa diferença entre o dar e receber é o motor das nossas relações. Assim, quem recebe sente-se em dívida e, em contraponto, dá, gerando nova dívida, que logo é sanada, e assim por diante. Acreditar que devemos nos doar nos faz mais próximos e gera laços. Esse movimento é saudável e é quem faz com que novos sistemas se formem. Entretanto, motor funcione perfeitamente, é preciso um combustível: o equilíbrio.

Entretanto, fora dessa cadência, o desequilíbrio pode destruir as relações. Para que um elo permaneça, é preciso que ambos os lados entendam seu papel e o quanto precisam, e podem, doar de si para o outro, na medida em que também serão aptos a receber, ou tomar para si. Para Bert Hellinger, quando nos colocamos na posição de tomadores e não apenas de receptores, estamos sendo igualmente ativos a quem ofertou, gerando ainda mais equilíbrio. Receber é passivo, mas tomar é o ato consciente dessa busca de relações equilibradas.

Quando o equilíbrio gera mais amor

Quando estamos em uma relação em que há desequilíbrio, nos sentimos desconfortáveis. Em uma relação amorosa, o sofrimento pode provocar a separação. Em uma relação profissional, pode ocorrer uma demissão, ou a ruptura de uma sociedade. Isso porque aquele que dá mais do que devia sente-se injustiçado se não recebe o mesmo em troca. Já aquele que recebe demais, sentindo-se inapto a retribuir no mesmo patamar, gera emoções de inadequação, submissão ou mesmo de raiva, já que ele se vê em uma situação de devedor sem que tenha pedido por isso.

O desequilíbrio gera ressentimentos. Já o equilíbrio promove a sanidade dos relacionamentos. Quando há equilíbrio, todos crescem, o amor se intensifica e há paz. Quanto identificamos o desequilíbrio no sistema, é preciso buscar soluções. Geralmente, existe uma compreensão maior sobre as trocas, o que, por si, já regenera os relacionamentos. Mas é preciso um cuidado, uma postura renovada, consciente de seu lugar e daquilo que lhe cabe. Só assim, o equilíbrio trabalha para gerar ainda mais amor.


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