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16/10/2019   /   Drª Carla Carioni /   Constelação Familiar

O amor dos pais como caminho para vida livre e feliz.

A relação que mantemos com nossos pais é sempre a mais complexa e a mais profunda que nutrimos e experienciamos ao longo da vida, afinal foram eles que nos geraram e a partir deles que instauramos nosso primeiro contato com o mundo. Ao longo da vida, essa relação atravessa momentos nos quais os sentimentos de tristeza e angústia estão presentes com mais intensidade e outros momentos, em que esse elo é tomado por uma imensa alegria e prazer. A variação da natureza desses sentimentos diz respeito a nossa disponibilidade em aceitar o que recebemos de nossos pais e também a aceitar e amar o que nós próprios somos. Mas qual a importância em nos sensibilizar e manter uma relação conciliadora com nossos pais? 

 

A resposta diz respeito a um aprendizado de mão dupla: saber que essa relação primeira é a que estrutura nosso ser e o modo como agimos no mundo e saber também que um apaziguamento, na relação com nossos pais, nos fortalece no sentido de construirmos, em nossos meios de convivência, outras relações mais plenas e felizes. Muitas vezes negamos o que nossos pais tem a nos oferecer simplesmente por uma idealização de que somos diferentes deles e não queremos trilhar os mesmos caminhos. Acabamos, assim, por atravessar processos bastante dolorosos, de perdas e rompimentos, para em um dado momento compreendermos que a capacidade de receber o que nossos pais nos dão amplia a grandeza e o desejo de também doarmos em relações que alimentem não apenas o outro, mas também o nosso ser. 

 

O aprendizado em aceitar o que nos precede, as heranças em forma de experiências e sentimentos, expectativas e frustrações, preocupações e desprendimento, se revela também como um aprendizado que deve ser retomado sempre: o que reprovamos nos aprisiona e o que amamos nos liberta. O aprendizado do amor, a partir da ligação inicial com nossos progenitores, é uma forma de libertação para as experiências que a vida nos apresentará e aos quais iremos ao encontro. Restaurar o amor que sentimos por nossos pais quando crianças pode ser assim via para desenvolvermos relações de sucesso, nas quais aquele que está ao nosso lado não é alguém que suprirá demandas emocionais que carregamos ao longo do tempo, mas sim quem construirá junto de nós um encontro alegre, potente e de muita serenidade. Restaurar o amor que sentimos por nossos pais é uma preciosa chave para cultivarmos em nós uma compreensão mais profunda de quem somos, do que queremos e para onde vamos.


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